sábado, 5 de junho de 2010
segunda-feira, 24 de maio de 2010
Ivan Satuf - Estado de Minas
Publicação: 24/05/2010 11:54 Atualização: 24/05/2010 13:12
Antes da rodada de negociação com o governo, os professores se reúnem com representantes da Advocacia-Geral da União. Segundo a diretora Estadual do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), Maria Helena Gabriel, os servidores solicitaram o encontro para tirar dúvidas sobre a legislação.
Derrotas
Nos últimos dias, a pressão sobre os grevistas aumentou. O Tribunal de Justiça de Minas Gerais autorizou a contratação de professores substitutos para a rede estadual. Outro revés para os manifestantes foi a decisão do desembargador Alvim Soares, relator substituto na ação movida pelo estado, que decidiu aumentar a multa em decorrência da paralisação de R$ 10 mil para R$ 30 mil por dia, limitada a R$ 900 mil.
O governador Antonio Anastasia (PSDB), que nesta segunda-feira anunciou investimentos em Patrocínio, no Alto Paranaíba, voltou a questionar a posição dos grevistas. “Esperamos que agora, com essas negociações, com a decisão da justiça da ilegalidade da greve, e ainda a autorização para novas contratações, prevaleça o bom senso e nós voltemos às aulas”.
Na terça-feira, os professores fazem nova assembleia geral na Praça Carlos Chagas, em frente à Assembleia Legislativa, para debater os resultados da reunião desta segunda.
sábado, 22 de maio de 2010
Greve, greve, greve – em minha defesa, em defesa de meus colegas.
" Greve, greve, greve – em minha defesa, em defesa de meus colegas.
Me senti motivada a escrever esse texto depois que li um e-mail de um professor que é contra o movimento grevista.Eu acredito e sei que o direito de greve é individual e que a opinião a respeito gera muita polêmica e divergências.Ouvi por ai, frases de apoio e desapoio.Parece que estamos em guerra entre nós mesmos.
Pensei muito sobre o ditado que diz que “por causa dos ruins os bons sempre levam”.
Quem são os “ruins” nessa história? Depende do ponto de vista. Talvez para alguns, nós grevistas sejamos os ruins, talvez os não corajosos e não confiantes na causa sejam os ruins, ou nossos governantes são os ruins? Ou ruim é nossa classe que não se une integralmente para que o governo tenha necessidade de tomar uma decisão rápida?
No e-mail do colega que li, ele se põe em defesa dos alunos que são os maiores prejudicados nessa história toda. Concordo. Mas quem são os ruins nesse caso? Nós, professores que estamos lutando por nossos direitos? Dando-lhes exemplos de cidadania? Que os aconselhamos dentro de sala de aula a lutar também e não ser apático e parado diante da vida? Ou o governo, a política forte do nosso estado que acha que por estarmos desunidos, acha que pode nos enrolar com propostas descabidas e consequentemente adiando com o término do movimento?
Penso no depoimento de uma mãe que foi em uma de nossas assembléias que veio de mudança do sul de Brasil, e chegando aqui, deu de cara com a greve. Ela nos disse que o movimento no sul dura uma semana. Uma semana! E o governo já negocia. E o nosso governo?Por quanto tempo ficou em silêncio?
Parece mesmo uma grande guerra ou uma grande aventura esse momento de greve. Ao analisar e refletir sobre tudo isso me veio à mente os povos portugueses, que no passado, foram corajosos, ousados ao saírem em busca de novas terras. Eles eram antropocêntricos, acreditavam na mitologia grega, em monstros marinhos e mesmo diante de tal crença, construíram suas embarcações, mesmo sem saber se os monstros os iam matar, quantos dias iam navegar se iriam ficar doentes, se a comida que levavam ia dar para os dias de viagem que eles nem sabiam quantos seriam. E qual foi à conseqüência imediata disso? Aí me vem à mente o grande poeta Fernando Pessoa quando escreveu o poema Mar Português. Conseqüências imediatas das aventuras dos portugueses: “Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal! Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quantos filhos em vão rezaram! Quantas noivas ficaram por casar Para que fosses nosso, ó mar!”
Quem foram os ruins nessa parte da história? Os noivos, os filhos que foram corajosos em ir se aventurar e fizeram seus entes queridos sofrer?
Eu, como professora grevista tenho a real convicção que meu aluno é o prejudicado. Sem a menor dúvida disso. Mas meu aluno é jovem. Se ele for fazer um vestibular agora, e for inteligente e esforçado, mesmo que ele tenha que estudar sozinho ele não vai deixar que a greve o prejudique. Se prejudicar, ele é jovem, tem outra chance no próximo ano. Prefiro pensar assim. E meu aluno de terceiro ano que vai fazer um concurso da PM, entrar para a corporação com 19 anos e iniciar sua carreira ganhando um salário melhor que uma professora que foi minha professora e está na sala de aula há 25 anos ganhando um mísero salário. Eu e ela temos que lutar por um salário justo e digno. Temos esse direito. Uns dizem por aí que se não estamos satisfeitos com nossa profissão, temos que mudar. Mudar? Não quero mudar de profissão. Quero lutar por ela! Mesmo consciente que essa luta prejudica diretamente meus alunos. E mais uma vez penso no Poeta:
“Vale a pena? Tudo Vale a pena se a alma não é pequena.”
Qual é o valor do meu trabalho? Se formos fazer uma pesquisa de médicos dermatologistas, por exemplo, ao ligarmos nos consultórios, veremos que cada médico põe seu preço em sua consulta. Uns vão cobrar 90 reais, outros 120 reais, outros 150 reais. É natural acharmos que o melhor médico é o que cobra mais caro. E o melhor professor cobra quanto? 5 reais, 6 reais, 7 reais por cinquenta minutos de aula para atender trinta, quarenta alunos ao mesmo tempo? Somente isso que vale nosso trabalho? De repente até mais para professores que tem seus cargos garantidos na rede pública Municipal ou na rede Particular. O salário do estado vira um complemento. Mas e os professores que são arrimo de família e precisam de seus salários do estado, vão continuar mesmo a vender seus cinquenta minutos de aula por esse mísero valor? Nós estudamos tanto quanto qualquer profissional de qualquer profissão. Fazemos especialização, e temos que aceitar o valor que o governo nos impõe? Estávamos adormecidos. Acordamos. Nem todos acordaram infelizmente. Conquista? Só com sacrifício. “Quem quere passar além do Bojador Tem que passar além da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele é que espelhou o céu.”
A conseqüência final para os povos portugueses que se mantiveram vivos até o fim foi poder, Portugal se tornou um dos países mais ricos do mundo. Não queremos riqueza. Queremos um salário justo, digno. Queremos que o governo de Minas cumpra com o que está na lei estadual e federal.
Estamos nos sacrificando e sacrificando nossos alunos, talvez sendo antropocêntricos, não pensando, por exemplo, que muitos dos alunos e de nós vamos perder férias com a família. Mas não estou lutando somente pelo agora, mas pelo salário justo que anseio estar ganhando quando eu tiver meus 25 anos de sala de aula. Prefiro pensar que estou ao menos tentando ser ousada, corajosa como os povos portugueses foram e dando exemplo de luta, ousadia, coragem, cidadania para meus alunos. E vale a pena?
“Tudo Vale a pena se a alma não é pequena”
Professora na rede pública Estadual de MG"
Nova investida da Justiça e do governo contra os trabalhadores da educação
Na prática, após a decretação por encomenda da ilegalidade da greve o governo de Minas já estava autorizado legalmente a contratar substitutos para os educadores em greve. Mas, prevendo enorme desgaste político e moral, o governo tem evitado usar este mecanismo. Além disso, ele não sabe qual será a reação dos demais trabalhadores. Ou será que ele pensaria em demitir os mais de 100 mil trabalhadores em greve? Onde o governo vai arranjar profissionais com formação adequada para substituir tanta gente?
O próprio governo, apesar das ameaças, tem declarado publicamente que não quer demitir o quadro de servidores da Educação existente. Mas, usa estes mecanismos jurídicos para espalhar terror entre os grevistas, especialmente entre os contratados.
Além dessa medida draconiana com o aval da Justiça (que justiça!) o governo conseguiu também aumentar a multa aplicada ao sindicato de R$ 10.000,00 para R$ 30.000,00, além de bloquear R$ 130.000,00 na conta corrente do Sind-UTE, para tentar cortar as fontes de financiamento da greve, fontes estas oriundas da contribuição voluntária dos trabalhadores.
Como se não bastasse, o governo está apelando também, sem sucesso, para os diretores das escolas. Eles foram "convidados" a explicar para os professores o que o governo tem feito para atender às reivindicações da categoria e os riscos que os trabalhadores correm se não voltarem ao trabalho.
Uma verdadeira chantagem em grande escala, com ares simulados de respeito aos diretores. Felizmente, os diretores de várias cidades, como é o caso de Vespasiano e São José da Lapa não se prestam a este trabalho sujo que o governo tentou empurrar pra cima deles.
Ainda no arsenal de guerra do governo contra os educadores, observa-se o ataque da grande mídia, aquela que vive das generosas doações do governo, que vem selecionando pais de alunos contrários à greve para criar dramas que justifiquem a ação combinada da justiça e de entidades fantasmas como a tal federação que diz representar os pais.
Somente a unidade dos trabalhadores em greve, envolvendo inclusive muitos daqueles que ainda não aderiram ao movimento, poderá enfrentar esta máquina de guerra autoritária que tem sido usada contra a Educação e os educadores.
Se a justiça e este governo tivessem respeito pela educação e pelas crianças que frequentam as escolas públicas teriam garantido um salário digno aos profissionais. Um desembargador ganha quase R$ 30.000,00 entre salário e penduricalhos. O governador e suas secretárias de Estado recebem salários acima de R$ 10.000,00 sem falar das benesses próprias dos cargos da alta hierarquia (carro com motorista, hospedagem em hotel de 10 estrelas, funcionários à disposição, alimentação em restaurantes de luxo, tudo pago com o nosso dinheiro, etc.). Não são eles que vivem com salários de fome como os educadores de Minas, salários que mal dão para pagar as contas elementares de subsistência.
Os educadores em greve não podem aceitar mais esta chantagem construída para tentar minar a nossa histórica greve. É preciso reagir com maior mobilização da comunidade e denúncia pública, inclusive a órgãos de direitos humanos nacionais e internacionais.
A democracia em Minas está ameaçada. Os poderes constituídos estão unidos com o objetivo comum de massacrar e humilhar o legítimo movimento dos trabalhadores em educação. E isso nós não podemos aceitar, de forma alguma.
A nossa resposta deve ser a realização da assembléia do dia 25.05 ainda mais forte e numerosa, para mostrar o nosso rotundo NÃO ao autoritarismo e à cassação dos direitos de cidadania que vem ocorrendo em Minas Gerais.
Além disso, devemos organizar um abaixo-assinado com o apoio dos pais de alunos e dos alunos e de toda a comunidade, em apoio ao nosso movimento e exigindo que o governo de Minas deixe a truculência e negocie com os educadores. Como disse a coordenadora do Sind-UTE, Beatriz Cerqueira, não será através de medidas jurídicas que o governo vai colocar um fim na greve, mas através da negociação para alterar o baixo piso que é pago aos educadores.
Outras estratégias precisam ser pensadas para tornar o nosso movimento de alcance nacional e até internacional. O Brasil precisa conhecer o que a política de Aécio e Anastasia provocou na Educação: uma calamidade pública. E só há uma forma de resolver este conflito: através da negociação séria com proposta concreta de aumento do piso, a não demissão e o não corte do ponto. Sem atender estas reivindicações, a greve continua e todos os 220 mil trabalhadores serão mobilizados para enfrentar o governo e seus instrumentos ditatoriais de imposição.
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Leiam também a entrevista da coordenadora do Sind-UTE no Blog do Benny. Clique aqui
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Links da mídia governista sobre o tema:
- Portal da Globo
- Portal Uai
quinta-feira, 20 de maio de 2010
quarta-feira, 19 de maio de 2010
terça-feira, 18 de maio de 2010
A LUTA CONTINUA COMPANHEIROS!!!
Trabalhadores/as em Educação decidem pela continuidade da greve
A greve dos /as trabalhadores/as em educação da rede pública estadual continua e nova assembleia acontece no próximo dia 25.05, às 14h, no Pátio da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Essa foi a decisão tomada por cerca de 15 mil servidores nesta terça-feira (18.05).
Um documento assinado pela comissão de negociação do governo de Minas Gerais foi lido por dirigentes do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) durante a assembleia estadual desta tarde, mas os itens não contemplaram as reivindicações da categoria.
Após assembleia, os servidores seguiram em passeata até a Praça Sete e nas escadarias da Igreja São José fizeram uma atividade, uma espécie de Tribunal do Júri para denunciar o descaso do governo para com a educação em Minas.
Durante a semana e até a próxima assembleia a estratégia do Sind-UTE/MG, por meio de suas subsedes, será a realização de atividades locais em todas as regiões do Estado. Além das escolas paradas, a intenção é agregar novas adesões à greve, que foi deflagrada em 08 de abril último e ampliar o diálogo com a sociedade.
Segundo a coordenadora-geral do Sind-UTE/MG, Beatriz Cerqueira, a categoria vai marcar presença também na abertura da Fenamilho (Festa do Milho, em Patos de Minas) quando deverão participar diversas autoridades. A intenção é fazer uma verdadeira caça ao governador Anastasia e insistir com ele numa agenda positiva de negociação com os trabalhadores em educação.
Sind-UTE/MG
Assessoria: Eficaz Comunicação (31) 3047-6122/9968-0671