sábado, 22 de maio de 2010

Nova investida da Justiça e do governo contra os trabalhadores da educação

O Governo de Minas quer forçar o fim da greve sem negociar um aumento de salário. Lembra a cúpula militar de 1964, que falava em salvar a democracia impondo uma ditadura. Aécio e Anastasia se dizem preocupados com as crianças;mas na prática estão acabando com a Educação pública em Minas.

Nesta sexta-feira, dia 21, um desembargador autorizou a contratação de servidores temporários para substituir os grevistas. Foi o mesmo desembargador que há pouco tempo havia negado esta conduta imoral e ilegal. É mais uma investida rasteira do Governo de Minas, que tem a Justiça (que justiça!) como aliada.

Na prática, após a decretação por encomenda da ilegalidade da greve o governo de Minas já estava autorizado legalmente a contratar substitutos para os educadores em greve. Mas, prevendo enorme desgaste político e moral, o governo tem evitado usar este mecanismo. Além disso, ele não sabe qual será a reação dos demais trabalhadores. Ou será que ele pensaria em demitir os mais de 100 mil trabalhadores em greve? Onde o governo vai arranjar profissionais com formação adequada para substituir tanta gente?

O próprio governo, apesar das ameaças, tem declarado publicamente que não quer demitir o quadro de servidores da Educação existente. Mas, usa estes mecanismos jurídicos para espalhar terror entre os grevistas, especialmente entre os contratados.

Além dessa medida draconiana com o aval da Justiça (que justiça!) o governo conseguiu também aumentar a multa aplicada ao sindicato de R$ 10.000,00 para R$ 30.000,00, além de bloquear R$ 130.000,00 na conta corrente do Sind-UTE, para tentar cortar as fontes de financiamento da greve, fontes estas oriundas da contribuição voluntária dos trabalhadores.

Como se não bastasse, o governo está apelando também, sem sucesso, para os diretores das escolas. Eles foram "convidados" a explicar para os professores o que o governo tem feito para atender às reivindicações da categoria e os riscos que os trabalhadores correm se não voltarem ao trabalho.

Uma verdadeira chantagem em grande escala, com ares simulados de respeito aos diretores. Felizmente, os diretores de várias cidades, como é o caso de Vespasiano e São José da Lapa não se prestam a este trabalho sujo que o governo tentou empurrar pra cima deles.

Ainda no arsenal de guerra do governo contra os educadores, observa-se o ataque da grande mídia, aquela que vive das generosas doações do governo, que vem selecionando pais de alunos contrários à greve para criar dramas que justifiquem a ação combinada da justiça e de entidades fantasmas como a tal federação que diz representar os pais.

A força da greve pode derrotar todos estes personagens

Somente a unidade dos trabalhadores em greve, envolvendo inclusive muitos daqueles que ainda não aderiram ao movimento, poderá enfrentar esta máquina de guerra autoritária que tem sido usada contra a Educação e os educadores.

Se a justiça e este governo tivessem respeito pela educação e pelas crianças que frequentam as escolas públicas teriam garantido um salário digno aos profissionais. Um desembargador ganha quase R$ 30.000,00 entre salário e penduricalhos. O governador e suas secretárias de Estado recebem salários acima de R$ 10.000,00 sem falar das benesses próprias dos cargos da alta hierarquia (carro com motorista, hospedagem em hotel de 10 estrelas, funcionários à disposição, alimentação em restaurantes de luxo, tudo pago com o nosso dinheiro, etc.). Não são eles que vivem com salários de fome como os educadores de Minas, salários que mal dão para pagar as contas elementares de subsistência.

Os educadores em greve não podem aceitar mais esta chantagem construída para tentar minar a nossa histórica greve. É preciso reagir com maior mobilização da comunidade e denúncia pública, inclusive a órgãos de direitos humanos nacionais e internacionais.

A democracia em Minas está ameaçada. Os poderes constituídos estão unidos com o objetivo comum de massacrar e humilhar o legítimo movimento dos trabalhadores em educação. E isso nós não podemos aceitar, de forma alguma.

A nossa resposta deve ser a realização da assembléia do dia 25.05 ainda mais forte e numerosa, para mostrar o nosso rotundo NÃO ao autoritarismo e à cassação dos direitos de cidadania que vem ocorrendo em Minas Gerais.

Além disso, devemos organizar um abaixo-assinado com o apoio dos pais de alunos e dos alunos e de toda a comunidade, em apoio ao nosso movimento e exigindo que o governo de Minas deixe a truculência e negocie com os educadores. Como disse a coordenadora do Sind-UTE, Beatriz Cerqueira, não será através de medidas jurídicas que o governo vai colocar um fim na greve, mas através da negociação para alterar o baixo piso que é pago aos educadores.

Outras estratégias precisam ser pensadas para tornar o nosso movimento de alcance nacional e até internacional. O Brasil precisa conhecer o que a política de Aécio e Anastasia provocou na Educação: uma calamidade pública. E só há uma forma de resolver este conflito: através da negociação séria com proposta concreta de aumento do piso, a não demissão e o não corte do ponto. Sem atender estas reivindicações, a greve continua e todos os 220 mil trabalhadores serão mobilizados para enfrentar o governo e seus instrumentos ditatoriais de imposição.

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Leiam também a entrevista da coordenadora do Sind-UTE no Blog do Benny. Clique aqui

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Links da mídia governista sobre o tema:
- Portal da Globo
- Portal Uai
postado por Blog do Euler /21/05/2010

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