ESCLARECIMENTO À POPULAÇÃO CAMBUIENSE
“EM MINAS NÃO SE RESPIRA LIBERDADE”... ao menos não na imprensa ou na vontade dos nossos políticos. Com espaços comprados na mídia, muitas das propagandas do governo estadual vêm denegrindo a imagem do Profissional em Educação com propagandas enganosas e dados errôneos sobre a greve.
Nós, profissionais da Educação do Estado de Minas Gerais, queremos através deste comunicado alertar e esclarecer a população Cambuiense sobre nosso ato de paralisação. Todo ser humano que se preze, luta por melhores condições de vida e de trabalho. Assim, nós também temos além do direito, o dever moral e de consciência, lutar contra as políticas que não são adequadas para nossas escolas, pois somos nós que estamos inseridos diretamente nela, juntamente com nossos alunos.
Se você considera indigno seu salário ou as condições em que você trabalha, obviamente não concordaria com isso e se revoltaria.
Pois bem, atualmente o Estado de Minas Gerais, na pessoa do seu ex-governador Aécio Neves e atual Antônio Augusto Anastasia, tem se mostrado intransigente na valorização daqueles que fazem a história deste estado e deste país. Salário de fome! É muito comum ouvirmos da boca de nossos colegas e não são por mero acaso. Minas Gerais não cumpre a Constituição e paga menos de um salário mínimo aos seus servidores da educação; sendo o segundo estado que mais arrecada e o oitavo pior em salários. Aqui estuda-se, mas não se é reconhecido como profissional. E alguns pais, alunos ou até mesmo políticos nos dizem: “- Por que não mudam de profissão?” Teríamos a seguinte resposta: “- Pelo fato de amarmos o que fazemos, termos sonhos nesta área e a certeza de que com boa vontade política isso pode ser mudado.”
Caro Cambuiense, a Educação é um direito de todos, mas não como está hoje: escolas que parecem mais depósitos de crianças (pois funcionam mais como creche para os pais, do que como lugar de se aprender). Portanto, com salas lotadas há indisciplina e desrespeito ao profissonal. Existem também a falta de materiais didáticos, reuniões que nunca resolvem nada, pressões por resultados numéricos em provas do governo, e tudo isso, negativamente, têm marcado os tempos de aulas. Professores mal formados, mal remunerados, e cada vez mais doentes e que encontram apenas obstáculos para que a educação seja efetiva e eficaz. Tudo isso, sim, acabam com a Educação nas nossas escolas de Minas. Uma política que não quer alunos cidadãos e bem formados conscientemente. Quem votaria em candidatos descompromissados? Não haveria quem. Mas nossos políticos sabem disso e assim querem manter nossos alunos.
O governo usa de propagandas enganosas, pois em 2009 nosso governo gastou R$ 400 milhões de reais em propagandas, para dizer que em Minas tudo está maravilhoso. Não é isso que percebemos na saúde, na segurança e muito menos na educação.
Queridos Cambuienses, é preciso estarmos atentos às reportagens e falácias do governo sobre este assunto, pois este movimento grevista incomodou e expôs a fragilidade do ensino público estadual. E agora o estado tenta dar um fim jurídico a este movimento, sem diálogar e sem aceitar a realidade, que são os péssimos salários dos servidores, péssimas condições de trabalho e de qualidade da educação dentro das salas de aulas. Nesta última segunda-feira, o governo do estado conseguiu a aprovação de uma tutela antecipada, do desembargador do Tribunal de Justiça de Minas, que tenta declarar a greve como ilegal.
Porém, sabemos que o desembargador não ouviu todas as partes envolvidas no caso que é o nosso sindicato (SINDUTE-MG). O sindicato assumirá as multas que deverão ser pagas por cada dia de greve. Mas no momento, há outra ação tramitando na justiça, para tentar anular essa decisão, mostrando que o movimento é legítimo e legal, amparado pela lei ( Lei Federal 7.783 de 28/06/89). Houve apenas uma interpretação equivocada da lei, que esperamos, seja corrigida através de outra liminar, nos próximos dias.
Mas o governo aproveitou-se disso e veiculou rapidamente através de matérias pagas na tv e rádio, que a decisão é final e que os servidores retornariam para a sala de aula. Isso tem apenas o objetivo de intimidar e passar à população a ideia de que os profissionais estão ilegais, fora da lei. Mas não é a verdade.
Esclarecemos: A medida judicial tomada pelo governo do Estado é apenas uma medida cautelar e não tem valor de julgamento final, é provisório. Continuamos em greve e caso a tutela antecipada ainda seja usada pelo estado para retaliações, existem recursos que poderão ser apresentados ao Superior Tribunal de Minas e até ao Superior Tribunal Federal.
Sabemos que o governo gastará muito dinheiro para nos atacar na mídia, pois é um grande cliente das emissoras que preferem receber milhões do estado, ao invés de anunciar a verdade. Nosso povo Cambuiense é inteligente e conhece as artimanhas políticas para tentar enganá-lo e não se deixará enganar.
Nós confiamos no bom senso e dignidade dos pais que querem melhores condições para seus filhos. Não basta estar na escola, mas sim, que haja lá dentro desta escola, qualidade e condições para que se aprenda bem.
Pedimos neste momento a compreensão de todos, para que haja a possibilidade de agilizarmos todo esse processo de soluções. E assumimos o compromisso com pais e alunos que as aulas serão repostas com qualidade e sem prejuízo ao ano escolar.
Nosso sinceros agradecimentos,
Servidores da Educação do Estado de Minas Gerais em Cambuí.
ENSINAR AOS NOSSOS ALUNOS QUE DEVEMOS LUTAR PELOS NOSSOS DIREITOS
É A MAIOR AULA DE CIDADANIA QUE PODEMOS ENSINÁ-LOS NESTE MOMENTO!
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