sábado, 5 de junho de 2010

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Piso salarial ainda divide professores grevistas e governo

Ivan Satuf - Estado de Minas

Publicação: 24/05/2010 11:54 Atualização: 24/05/2010 13:12

Professores da rede estadual de Minas Gerais e o governo do estado voltam a se encontrar no início da noite desta segunda-feira para tentar pôr fim à paralisação da categoria iniciada em 8 de abril. A reunião entre o comando grevista e a secretária de Planejamento e Gestão de Minas, Renata Vilhena, deve tratar da polêmica sobre o piso salarial da categoria.

Antes da rodada de negociação com o governo, os professores se reúnem com representantes da Advocacia-Geral da União. Segundo a diretora Estadual do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), Maria Helena Gabriel, os servidores solicitaram o encontro para tirar dúvidas sobre a legislação.

O sindicato reivindica o cumprimento de uma lei que garantiria o piso nacional de R$ 1.312. Em nota, o governo mineiro diz que “não existe nenhuma lei em vigor no país que estabeleça esse valor de piso para 24 horas semanais de trabalho”.

Derrotas

Nos últimos dias, a pressão sobre os grevistas aumentou. O Tribunal de Justiça de Minas Gerais autorizou a contratação de professores substitutos para a rede estadual. Outro revés para os manifestantes foi a decisão do desembargador Alvim Soares, relator substituto na ação movida pelo estado, que decidiu aumentar a multa em decorrência da paralisação de R$ 10 mil para R$ 30 mil por dia, limitada a R$ 900 mil.

O governador Antonio Anastasia (PSDB), que nesta segunda-feira anunciou investimentos em Patrocínio, no Alto Paranaíba, voltou a questionar a posição dos grevistas. “Esperamos que agora, com essas negociações, com a decisão da justiça da ilegalidade da greve, e ainda a autorização para novas contratações, prevaleça o bom senso e nós voltemos às aulas”.

Na terça-feira, os professores fazem nova assembleia geral na Praça Carlos Chagas, em frente à Assembleia Legislativa, para debater os resultados da reunião desta segunda.
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sábado, 22 de maio de 2010

Greve, greve, greve – em minha defesa, em defesa de meus colegas.

Acabo de receber uma belíssima crônica de uma colega que também está em greve - esta greve mais bonita do mundo!!! -, a professora Mara Silveira, que fala sobre a nossa luta, analisando com poesia os dilemas que enfrentamos. Nesta longa e histórica aula de cidadania que se tornou a nossa greve. Eis o texto da Mara, que transcrevemos a seguir:



" Greve, greve, greve – em minha defesa, em defesa de meus colegas.

Me senti motivada a escrever esse texto depois que li um e-mail de um professor que é contra o movimento grevista.Eu acredito e sei que o direito de greve é individual e que a opinião a respeito gera muita polêmica e divergências.Ouvi por ai, frases de apoio e desapoio.Parece que estamos em guerra entre nós mesmos.

Pensei muito sobre o ditado que diz que “por causa dos ruins os bons sempre levam”.

Quem são os “ruins” nessa história? Depende do ponto de vista. Talvez para alguns, nós grevistas sejamos os ruins, talvez os não corajosos e não confiantes na causa sejam os ruins, ou nossos governantes são os ruins? Ou ruim é nossa classe que não se une integralmente para que o governo tenha necessidade de tomar uma decisão rápida?

No e-mail do colega que li, ele se põe em defesa dos alunos que são os maiores prejudicados nessa história toda. Concordo. Mas quem são os ruins nesse caso? Nós, professores que estamos lutando por nossos direitos? Dando-lhes exemplos de cidadania? Que os aconselhamos dentro de sala de aula a lutar também e não ser apático e parado diante da vida? Ou o governo, a política forte do nosso estado que acha que por estarmos desunidos, acha que pode nos enrolar com propostas descabidas e consequentemente adiando com o término do movimento?

Penso no depoimento de uma mãe que foi em uma de nossas assembléias que veio de mudança do sul de Brasil, e chegando aqui, deu de cara com a greve. Ela nos disse que o movimento no sul dura uma semana. Uma semana! E o governo já negocia. E o nosso governo?Por quanto tempo ficou em silêncio?

Parece mesmo uma grande guerra ou uma grande aventura esse momento de greve. Ao analisar e refletir sobre tudo isso me veio à mente os povos portugueses, que no passado, foram corajosos, ousados ao saírem em busca de novas terras. Eles eram antropocêntricos, acreditavam na mitologia grega, em monstros marinhos e mesmo diante de tal crença, construíram suas embarcações, mesmo sem saber se os monstros os iam matar, quantos dias iam navegar se iriam ficar doentes, se a comida que levavam ia dar para os dias de viagem que eles nem sabiam quantos seriam. E qual foi à conseqüência imediata disso? Aí me vem à mente o grande poeta Fernando Pessoa quando escreveu o poema Mar Português. Conseqüências imediatas das aventuras dos portugueses: “Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal! Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quantos filhos em vão rezaram! Quantas noivas ficaram por casar Para que fosses nosso, ó mar!

Quem foram os ruins nessa parte da história? Os noivos, os filhos que foram corajosos em ir se aventurar e fizeram seus entes queridos sofrer?

Eu, como professora grevista tenho a real convicção que meu aluno é o prejudicado. Sem a menor dúvida disso. Mas meu aluno é jovem. Se ele for fazer um vestibular agora, e for inteligente e esforçado, mesmo que ele tenha que estudar sozinho ele não vai deixar que a greve o prejudique. Se prejudicar, ele é jovem, tem outra chance no próximo ano. Prefiro pensar assim. E meu aluno de terceiro ano que vai fazer um concurso da PM, entrar para a corporação com 19 anos e iniciar sua carreira ganhando um salário melhor que uma professora que foi minha professora e está na sala de aula há 25 anos ganhando um mísero salário. Eu e ela temos que lutar por um salário justo e digno. Temos esse direito. Uns dizem por aí que se não estamos satisfeitos com nossa profissão, temos que mudar. Mudar? Não quero mudar de profissão. Quero lutar por ela! Mesmo consciente que essa luta prejudica diretamente meus alunos. E mais uma vez penso no Poeta:

Vale a pena? Tudo Vale a pena se a alma não é pequena.

Qual é o valor do meu trabalho? Se formos fazer uma pesquisa de médicos dermatologistas, por exemplo, ao ligarmos nos consultórios, veremos que cada médico põe seu preço em sua consulta. Uns vão cobrar 90 reais, outros 120 reais, outros 150 reais. É natural acharmos que o melhor médico é o que cobra mais caro. E o melhor professor cobra quanto? 5 reais, 6 reais, 7 reais por cinquenta minutos de aula para atender trinta, quarenta alunos ao mesmo tempo? Somente isso que vale nosso trabalho? De repente até mais para professores que tem seus cargos garantidos na rede pública Municipal ou na rede Particular. O salário do estado vira um complemento. Mas e os professores que são arrimo de família e precisam de seus salários do estado, vão continuar mesmo a vender seus cinquenta minutos de aula por esse mísero valor? Nós estudamos tanto quanto qualquer profissional de qualquer profissão. Fazemos especialização, e temos que aceitar o valor que o governo nos impõe? Estávamos adormecidos. Acordamos. Nem todos acordaram infelizmente. Conquista? Só com sacrifício. “Quem quere passar além do Bojador Tem que passar além da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele é que espelhou o céu.

A conseqüência final para os povos portugueses que se mantiveram vivos até o fim foi poder, Portugal se tornou um dos países mais ricos do mundo. Não queremos riqueza. Queremos um salário justo, digno. Queremos que o governo de Minas cumpra com o que está na lei estadual e federal.

Estamos nos sacrificando e sacrificando nossos alunos, talvez sendo antropocêntricos, não pensando, por exemplo, que muitos dos alunos e de nós vamos perder férias com a família. Mas não estou lutando somente pelo agora, mas pelo salário justo que anseio estar ganhando quando eu tiver meus 25 anos de sala de aula. Prefiro pensar que estou ao menos tentando ser ousada, corajosa como os povos portugueses foram e dando exemplo de luta, ousadia, coragem, cidadania para meus alunos. E vale a pena?

Tudo Vale a pena se a alma não é pequena

Mara
Professora na rede pública Estadual de MG"

Nova investida da Justiça e do governo contra os trabalhadores da educação

O Governo de Minas quer forçar o fim da greve sem negociar um aumento de salário. Lembra a cúpula militar de 1964, que falava em salvar a democracia impondo uma ditadura. Aécio e Anastasia se dizem preocupados com as crianças;mas na prática estão acabando com a Educação pública em Minas.

Nesta sexta-feira, dia 21, um desembargador autorizou a contratação de servidores temporários para substituir os grevistas. Foi o mesmo desembargador que há pouco tempo havia negado esta conduta imoral e ilegal. É mais uma investida rasteira do Governo de Minas, que tem a Justiça (que justiça!) como aliada.

Na prática, após a decretação por encomenda da ilegalidade da greve o governo de Minas já estava autorizado legalmente a contratar substitutos para os educadores em greve. Mas, prevendo enorme desgaste político e moral, o governo tem evitado usar este mecanismo. Além disso, ele não sabe qual será a reação dos demais trabalhadores. Ou será que ele pensaria em demitir os mais de 100 mil trabalhadores em greve? Onde o governo vai arranjar profissionais com formação adequada para substituir tanta gente?

O próprio governo, apesar das ameaças, tem declarado publicamente que não quer demitir o quadro de servidores da Educação existente. Mas, usa estes mecanismos jurídicos para espalhar terror entre os grevistas, especialmente entre os contratados.

Além dessa medida draconiana com o aval da Justiça (que justiça!) o governo conseguiu também aumentar a multa aplicada ao sindicato de R$ 10.000,00 para R$ 30.000,00, além de bloquear R$ 130.000,00 na conta corrente do Sind-UTE, para tentar cortar as fontes de financiamento da greve, fontes estas oriundas da contribuição voluntária dos trabalhadores.

Como se não bastasse, o governo está apelando também, sem sucesso, para os diretores das escolas. Eles foram "convidados" a explicar para os professores o que o governo tem feito para atender às reivindicações da categoria e os riscos que os trabalhadores correm se não voltarem ao trabalho.

Uma verdadeira chantagem em grande escala, com ares simulados de respeito aos diretores. Felizmente, os diretores de várias cidades, como é o caso de Vespasiano e São José da Lapa não se prestam a este trabalho sujo que o governo tentou empurrar pra cima deles.

Ainda no arsenal de guerra do governo contra os educadores, observa-se o ataque da grande mídia, aquela que vive das generosas doações do governo, que vem selecionando pais de alunos contrários à greve para criar dramas que justifiquem a ação combinada da justiça e de entidades fantasmas como a tal federação que diz representar os pais.

A força da greve pode derrotar todos estes personagens

Somente a unidade dos trabalhadores em greve, envolvendo inclusive muitos daqueles que ainda não aderiram ao movimento, poderá enfrentar esta máquina de guerra autoritária que tem sido usada contra a Educação e os educadores.

Se a justiça e este governo tivessem respeito pela educação e pelas crianças que frequentam as escolas públicas teriam garantido um salário digno aos profissionais. Um desembargador ganha quase R$ 30.000,00 entre salário e penduricalhos. O governador e suas secretárias de Estado recebem salários acima de R$ 10.000,00 sem falar das benesses próprias dos cargos da alta hierarquia (carro com motorista, hospedagem em hotel de 10 estrelas, funcionários à disposição, alimentação em restaurantes de luxo, tudo pago com o nosso dinheiro, etc.). Não são eles que vivem com salários de fome como os educadores de Minas, salários que mal dão para pagar as contas elementares de subsistência.

Os educadores em greve não podem aceitar mais esta chantagem construída para tentar minar a nossa histórica greve. É preciso reagir com maior mobilização da comunidade e denúncia pública, inclusive a órgãos de direitos humanos nacionais e internacionais.

A democracia em Minas está ameaçada. Os poderes constituídos estão unidos com o objetivo comum de massacrar e humilhar o legítimo movimento dos trabalhadores em educação. E isso nós não podemos aceitar, de forma alguma.

A nossa resposta deve ser a realização da assembléia do dia 25.05 ainda mais forte e numerosa, para mostrar o nosso rotundo NÃO ao autoritarismo e à cassação dos direitos de cidadania que vem ocorrendo em Minas Gerais.

Além disso, devemos organizar um abaixo-assinado com o apoio dos pais de alunos e dos alunos e de toda a comunidade, em apoio ao nosso movimento e exigindo que o governo de Minas deixe a truculência e negocie com os educadores. Como disse a coordenadora do Sind-UTE, Beatriz Cerqueira, não será através de medidas jurídicas que o governo vai colocar um fim na greve, mas através da negociação para alterar o baixo piso que é pago aos educadores.

Outras estratégias precisam ser pensadas para tornar o nosso movimento de alcance nacional e até internacional. O Brasil precisa conhecer o que a política de Aécio e Anastasia provocou na Educação: uma calamidade pública. E só há uma forma de resolver este conflito: através da negociação séria com proposta concreta de aumento do piso, a não demissão e o não corte do ponto. Sem atender estas reivindicações, a greve continua e todos os 220 mil trabalhadores serão mobilizados para enfrentar o governo e seus instrumentos ditatoriais de imposição.

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Leiam também a entrevista da coordenadora do Sind-UTE no Blog do Benny. Clique aqui

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Links da mídia governista sobre o tema:
- Portal da Globo
- Portal Uai
postado por Blog do Euler /21/05/2010

quinta-feira, 20 de maio de 2010

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Assembleia  Legislativa do Estado de Minas Gerais
Professores defendem o direito à greve em audiência
Participantes defendem o direito de greve

terça-feira, 18 de maio de 2010

A LUTA CONTINUA COMPANHEIROS!!!

Trabalhadores/as em Educação decidem pela continuidade da greve
Trabalhadores/as em Educação decidem pela continuidade da greve

A greve dos /as trabalhadores/as em educação da rede pública estadual continua e nova assembleia acontece no próximo dia 25.05, às 14h, no Pátio da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Essa foi a decisão tomada por cerca de 15 mil servidores nesta terça-feira (18.05).

Um documento assinado pela comissão de negociação do governo de Minas Gerais foi lido por dirigentes do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) durante a assembleia estadual desta tarde, mas os itens não contemplaram as reivindicações da categoria.

Após assembleia, os servidores seguiram em passeata até a Praça Sete e nas escadarias da Igreja São José fizeram uma atividade, uma espécie de Tribunal do Júri para denunciar o descaso do governo para com a educação em Minas.

Durante a semana e até a próxima assembleia a estratégia do Sind-UTE/MG, por meio de suas subsedes, será a realização de atividades locais em todas as regiões do Estado. Além das escolas paradas, a intenção é agregar novas adesões à greve, que foi deflagrada em 08 de abril último e ampliar o diálogo com a sociedade.

Segundo a coordenadora-geral do Sind-UTE/MG, Beatriz Cerqueira, a categoria vai marcar presença também na abertura da Fenamilho (Festa do Milho, em Patos de Minas) quando deverão participar diversas autoridades. A intenção é fazer uma verdadeira caça ao governador Anastasia e insistir com ele numa agenda positiva de negociação com os trabalhadores em educação.

Sind-UTE/MG

Assessoria: Eficaz Comunicação (31) 3047-6122/9968-0671

sábado, 15 de maio de 2010

Negociação entre governo e professores motiva discursos em Plenário

Negociação entre governo e professores motiva discursos em Plenário

O encontro intermediado nesta quarta-feira (12/5/10) pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais entre a secretária de Estado de Planejamento e Gestão, Renata Vilhena, e representantes sindicais dos professores foi tema de diversos pronunciamentos em Plenário na Reunião Ordinária do mesmo dia. A negociação entre o governo e os trabalhadores da educação aconteceu pela manhã, para resolver o impasse relativo à greve iniciada pela categoria no dia 8 de abril.


O tema foi comentado pelos oradores inscritos e também, ao final da reunião, pelos deputados Carlin Moura (PCdoB) e Célio Moreira (PSDB). Carlin elogiou a abertura de negociação e registrou o papel da bancada de oposição, que buscou o apoio do presidente da Assembleia, deputado Alberto Pinto Coelho (PP), para intermediar o encontro. Já Célio Moreira, além de elogiar a realização do encontro, também criticou e-mails e panfletos que relacionam deputados estaduais que teriam votado contra reivindicações dos professores. Ele explicou que as emendas que ampliavam o reajuste concedido aos servidores não podiam ser aprovadas, pois propostas que criam despesa necessitam da anuência do Poder Executivo, por determinação constitucional.


Na reunião intermediada pelo presidente Alberto Pinto Coelho (PP), encontraram-se a secretária de Estado de Planejamento e Gestão, Renata Vilhena; o subsecretário de Estado de Gestão, Frederico Melo; a coordenadora-geral do Sind-UTE, Beatriz Cerqueira, e as diretoras regionais do sindicato, Marilda de Abreu Araújo e Feliciana Saldanha.


A proposta do Executivo é de não promover demissões de grevistas e de emitir uma folha de pagamento suplementar, caso não seja possível cancelar o corte nos salários dos profissionais devido à greve. Por outro lado, espera-se o encerramento da greve e fixação de um calendário de reposição das aulas. Renata Vilhena também propôs que seja criado um grupo de trabalho para estudar a revisão na carreira dos profissionais da educação, incorporando as gratificações existentes ao vencimento básico.


Responsável pela informação: Assessoria de Comunicação -www.almg.gov.br

quarta-feira, 12 de maio de 2010

GREVE -BOA NOTÍCIA - GOVERNO ABRE NEGOCIAÇÃO


Sind-UTE/MG se reúne com SEPLAG e ALMG


Uma comitiva do Sind-UTE/MG, alguns deputados estaduais e o governo mineiro, por meio da Secretária Renata Vilhena (SEPLAG) estiveram reunidos nesta manhã (12.5), na ALMG, para discutir questões relacionadas à greve dos trabalhadores em educação, iniciada dia 8 de abril. A Secretária garantiu que não haverá suspensão do corte de ponto dos grevistas e nem demissões.

Por sua vez, o Sind-UTE/MG mantém a greve, decisão tomada em assembleia realizada nessa terça-feira. Os rumos do movimento serão definidos na próxima assembleia, dia 18 de maio, às 14h, na Praça da Assembleia Legislativa, em BH/MG.

terça-feira, 11 de maio de 2010

A greve dos trabalhadores/as em Educação de Minas Gerais continua

Nesta quarta-feira, 12.05, tem reunião na ALMG com Secretária Renata Vilhena



Terminou há pouco, no Pátio da Assembléia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), a assembleia estadual dos trabalhadores/as em educação, com presença de 8 mil pessoas. Em seguida, houve uma mobilização na Praça Sete, no centro de Belo Horizonte/MG.

A deliberação foi pela continuidade da greve por tempo indeterminado. A categoria também aprovou para o próximo dia 18 de maio, às 14h, no Pátio da ALMG, nova assembleia.

Caravanas de todas as regiões do Estado participaram da mobilização desta terça-feira e a decisão de continuar o movimento é uma resposta ao governo do Estado, pela não abertura de negociação até agora.

Após a assembléia, uma comissão do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), composta pela coordenadora geral do Sindicato, Beatriz Cerqueira e pelas diretoras Marilda Abreu e Feliciana Saldanha foi recebida pelo presidente da ALMG, deputado Alberto Pinto Coelho, pelos deputados Carlin Moura, Padre João, Mauri Torres e pelo secretário geral da Mesa, José Geraldo.

O presidente da ALMG agendou uma reunião com a Secretária de Estado do Planejamento e Gestão (Seplag), Renata Vilhena, para esta quarta-feira (12.05), às 9h:30min no Salão Nobre da ALMG. De acordo com a coordenadora geral do Sind-UTE/MG, Beatriz Cerqueira, “a expectativa é abrir o diálogo para negociação das reivindicações da categoria.”

Estratégia

Durante toda a semana, os/às trabalhadores/as em educação de Minas Gerais vão realizar atividades regionais, dialogando com a população sobre os baixos salários e realidade caótica da educação em Minas. Campanhas de doação de sangue também serão realizadas em todo o Estado com o slogan “O governo suga a educação, os/as educadores/as doam sangue e vida”.



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Ass. de Imprensa Sind-UTE/MG

Eficaz Comunicação (31) 3047-6122/9968-0671

segunda-feira, 10 de maio de 2010

AOS MEUS QUERIDOS ALUNOS E PAIS DA ESCOLA ESTADUAL PROFESSORA MARIA DA CONCEIÇÃO MORAES

ESCLARECIMENTO À POPULAÇÃO CAMBUIENSE

“EM MINAS NÃO SE RESPIRA LIBERDADE”... ao menos não na imprensa ou na vontade dos nossos políticos. Com espaços comprados na mídia, muitas das propagandas do governo estadual vêm denegrindo a imagem do Profissional em Educação com propagandas enganosas e dados errôneos sobre a greve.

Nós, profissionais da Educação do Estado de Minas Gerais, queremos através deste comunicado alertar e esclarecer a população Cambuiense sobre nosso ato de paralisação. Todo ser humano que se preze, luta por melhores condições de vida e de trabalho. Assim, nós também temos além do direito, o dever moral e de consciência, lutar contra as políticas que não são adequadas para nossas escolas, pois somos nós que estamos inseridos diretamente nela, juntamente com nossos alunos.
Se você considera indigno seu salário ou as condições em que você trabalha, obviamente não concordaria com isso e se revoltaria.
Pois bem, atualmente o Estado de Minas Gerais, na pessoa do seu ex-governador Aécio Neves e atual Antônio Augusto Anastasia, tem se mostrado intransigente na valorização daqueles que fazem a história deste estado e deste país. Salário de fome! É muito comum ouvirmos da boca de nossos colegas e não são por mero acaso. Minas Gerais não cumpre a Constituição e paga menos de um salário mínimo aos seus servidores da educação; sendo o segundo estado que mais arrecada e o oitavo pior em salários. Aqui estuda-se, mas não se é reconhecido como profissional. E alguns pais, alunos ou até mesmo políticos nos dizem: “- Por que não mudam de profissão?” Teríamos a seguinte resposta: “- Pelo fato de amarmos o que fazemos, termos sonhos nesta área e a certeza de que com boa vontade política isso pode ser mudado.”

Caro Cambuiense, a Educação é um direito de todos, mas não como está hoje: escolas que parecem mais depósitos de crianças (pois funcionam mais como creche para os pais, do que como lugar de se aprender). Portanto, com salas lotadas há indisciplina e desrespeito ao profissonal. Existem também a falta de materiais didáticos, reuniões que nunca resolvem nada, pressões por resultados numéricos em provas do governo, e tudo isso, negativamente, têm marcado os tempos de aulas. Professores mal formados, mal remunerados, e cada vez mais doentes e que encontram apenas obstáculos para que a educação seja efetiva e eficaz. Tudo isso, sim, acabam com a Educação nas nossas escolas de Minas. Uma política que não quer alunos cidadãos e bem formados conscientemente. Quem votaria em candidatos descompromissados? Não haveria quem. Mas nossos políticos sabem disso e assim querem manter nossos alunos.

O governo usa de propagandas enganosas, pois em 2009 nosso governo gastou R$ 400 milhões de reais em propagandas, para dizer que em Minas tudo está maravilhoso. Não é isso que percebemos na saúde, na segurança e muito menos na educação.
Queridos Cambuienses, é preciso estarmos atentos às reportagens e falácias do governo sobre este assunto, pois este movimento grevista incomodou e expôs a fragilidade do ensino público estadual. E agora o estado tenta dar um fim jurídico a este movimento, sem diálogar e sem aceitar a realidade, que são os péssimos salários dos servidores, péssimas condições de trabalho e de qualidade da educação dentro das salas de aulas. Nesta última segunda-feira, o governo do estado conseguiu a aprovação de uma tutela antecipada, do desembargador do Tribunal de Justiça de Minas, que tenta declarar a greve como ilegal.
Porém, sabemos que o desembargador não ouviu todas as partes envolvidas no caso que é o nosso sindicato (SINDUTE-MG). O sindicato assumirá as multas que deverão ser pagas por cada dia de greve. Mas no momento, há outra ação tramitando na justiça, para tentar anular essa decisão, mostrando que o movimento é legítimo e legal, amparado pela lei ( Lei Federal 7.783 de 28/06/89). Houve apenas uma interpretação equivocada da lei, que esperamos, seja corrigida através de outra liminar, nos próximos dias.
Mas o governo aproveitou-se disso e veiculou rapidamente através de matérias pagas na tv e rádio, que a decisão é final e que os servidores retornariam para a sala de aula. Isso tem apenas o objetivo de intimidar e passar à população a ideia de que os profissionais estão ilegais, fora da lei. Mas não é a verdade.
Esclarecemos: A medida judicial tomada pelo governo do Estado é apenas uma medida cautelar e não tem valor de julgamento final, é provisório. Continuamos em greve e caso a tutela antecipada ainda seja usada pelo estado para retaliações, existem recursos que poderão ser apresentados ao Superior Tribunal de Minas e até ao Superior Tribunal Federal.
Sabemos que o governo gastará muito dinheiro para nos atacar na mídia, pois é um grande cliente das emissoras que preferem receber milhões do estado, ao invés de anunciar a verdade. Nosso povo Cambuiense é inteligente e conhece as artimanhas políticas para tentar enganá-lo e não se deixará enganar.
Nós confiamos no bom senso e dignidade dos pais que querem melhores condições para seus filhos. Não basta estar na escola, mas sim, que haja lá dentro desta escola, qualidade e condições para que se aprenda bem.
Pedimos neste momento a compreensão de todos, para que haja a possibilidade de agilizarmos todo esse processo de soluções. E assumimos o compromisso com pais e alunos que as aulas serão repostas com qualidade e sem prejuízo ao ano escolar.

Nosso sinceros agradecimentos,

Servidores da Educação do Estado de Minas Gerais em Cambuí.

ENSINAR AOS NOSSOS ALUNOS QUE DEVEMOS LUTAR PELOS NOSSOS DIREITOS
É A MAIOR AULA DE CIDADANIA QUE PODEMOS ENSINÁ-LOS NESTE MOMENTO!

GREVE... LEGAL?!!!

Direito legítimo de greve

Centrais e movimentos sociais manifestam apoio aos trabalhadores em educação de Minas Gerais

As centrais sindicais e os movimentos sociais de Minas Gerais manifestam o seu apoio e solidariedade à greve dos trabalhadores em educação do estado, bem como o seu repúdio às constantes intervenções do Poder Judiciário sobre as mobilizações e greves do movimento sindical. Assim como ocorreu com os RODOVIÁRIOS (TRT - 3ª Região), que realizaram um movimento legítimo e dentro das determinações legais, os TRABALHADORESEM EDUCAÇÃO DA REDE MUNICIPAL DE BH e os FUNCIONÁRIOS DO IPSEMG foram intimados a suspender suas paralisações e seus sindicatos multados pelo TJMG, num flagrante abuso contra a liberdade e autonomia sindical dos trabalhadores.

A intervenção judicial na greve dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação da Rede Pública do estado de Minas Gerais é mais um capítulo do escandaloso ataque à autonomia e à liberdade de organização sindical. O momento exige solidariedade de toda a classe trabalhadora. Pelo Brasil afora, notamos que a Justiça, acionada pelos patrões e governos comete desmandos, ao não mediar e arbitrar os conflitos coletivos do trabalho.

O governador do estado Antonio Anastasia (PSDB) também mostrou a que veio. O poder executivo solicitou à Justiça que determinasse a ilegalidade do movimento grevista.

São mais que justas as reivindicações apresentadas pelo Sind-UTE (Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública do Estado de Minas Gerais) a exemplo da regulamentação do piso salarial dos R$ 850.00 para R$ 1312.85 por 24 horas de trabalhos semanais.

A greve dos trabalhadores da educação estadual guarda profunda relação com a greve dos professores do setor privado, e também com a greve da rede pública municipal de BH. Greve é o último recurso dos trabalhadores, quando não há possibilidade de diálogo se transforma na única forma de resistência. Em todos os casos, fica patente o descaso dos governos em promover e valorizar a educação pública.

Os profissionais têm o direito e o DEVER de resistir ao sucateamento e à transformação da educação em mercadoria.
Toda solidariedade aos trabalhadores e trabalhadoras em Educação da rede pública estadual. Nosso repúdio à intervenção de Antonio Anastasia e ao desserviço prestado pelo Desembargador Wander Marotta da 7ª Vara Cível de BH em estabelecer uma multa diária de 10 mil por dia, até o limite de 500 mil reais, caso a greve continue. Ao Sind-UTE e à categoria, nosso apoio e parabéns pela coragem de não interromper o movimento grevista. Não podemos nos render às ações antissindicais e à ofensa institucionalizada ao direito constitucional de greve. Somente com a solidariedade da classe trabalhadora vamos contornar esse difícil momento!

As Centrais Sindicais e os movimentos sociais estão ao lado dos trabalhadores até a vitória e neste sentido solicitarão uma audiência com o Presidente da TJMG para esclarecer a relação que o poder judiciário está estabelecendo com o movimento sindical.
- Pelo direito de greve!
- Pela abertura imediata de negociações entre o governo do estado e os grevistas!
- Pelo atendimento à pauta de reivindicações da educação!
- Pela valorização dos servidores e em defesa de serviços públicos de qualidade!

CUT – CTB – CGTB – NCST – UGT - CONLUTAS

Fonte: CNTE

sábado, 8 de maio de 2010

ENFIM A VERDADE!!!!

Professores estaduais continuam em greve
A greve dos professores continua. Parados desde o dia 8 de abril, os professores da Rede Estadual de Ensino de Minas Gerais votaram, em assembleia realizada na quarta-feira, 5 de maio, em Belo Horizonte, pela continuidade da paralisação. No dia anterior, o Tribunal de Justiça/MG determinou que a greve é ilegal e deveria ser suspensa. Caso contrário, o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (SindUte) teria de arcar com uma multa de R$ 10 mil por dia.
O Sindicato vai recorrer da decisão, mas comunicou que está disposto a pagar a multa diária, se perder a ação. Uma nova assembléia acontecerá no dia 11 de maio, às 14 horas, na Praça da Assembléia Legislativa, na capital mineira.

10 mil em del-Rei
Na tarde do dia 21 de abril, Dia de Tiradentes - o mártir da Inconfidência Mineira - gritos de dignidade ecoaram por São João del-Rei. Aproximadamente 10 mil professores estaduais, vindos de todas as regiões de Minas Gerais, reivindicaram salários dignos e melhores condições de trabalho. O centro da cidade foi palco para a maior mobilização em municípios históricos organizada pelo SindUte.
No dia da Inconfidência Mineira, a mobilização teve um forte significado simbólico, já que foi realizada em terra da democracia e liberdade. “É sabido, por todos, que São João del-Rei é terra de poetas, artistas, músicos, políticos e politicagem. Por isso, nesse dia de tantas comemorações cívicas, é de grande importância que essa cidade seja palco de mobilização e reivindicações sociais”, afirmou a diretora do SindUte, Maria Nazaré dos Santos, a Fufa.
Durante a manifestação, nesta cidade, o governo mineiro foi atacado diretamente, porque, segundo os manifestantes, “sucateou e abandonou a educação”.

Piso salarial
Segundo os organizadores, em média, 75% dos professores da Rede Estadual de Ensino estão em greve. Eles pararam porque, conforme afirmam, o Governo de Minas Gerais não cumpre a Lei Federal nº. 11.738/08 – que estipula o piso salarial dos profissionais de educação em R$ 1.312,85. Contracheques lidos na manifestação exemplificam os vencimentos irrisórios recebidos pelos profissionais da educação: uma professora magistrada ganha R$ 369; um professor com nível superior, R$ 481 e um auxiliar de educação, R$ 315. “Isso não é novidade. Temos que denunciar os péssimos salários e fazer com que a sociedade entenda e apoie a greve”, falou a coordenadora geral do SindUte, Beatriz da Silva Cerqueira.
Para José Luiz Rodrigues, diretor do SindUte, educação, saúde, moradia e democracia estão enforcadas em Minas Gerais. “O mundo da fantasia de Aécio Neves e Antônio Anastasia é feito de enganação, eles acabaram com a cidadania. Os professores precisam trabalhar três turnos para conseguirem sobreviver com seu salário de fome”, afirmou Rodrigues.

Negociações
No dia 21 de abril, o ministro da Educação, Fernando Haddad, que estava nesta cidade inaugurando os novos prédios da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), atendendo a um pedido dos professores estaduais mineiros, intermediado pelo deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG), recebeu representantes do comando de greve.
Haddad reafirmou o compromisso do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, de chamar os governadores para assentar à mesa e conversar de forma que o piso nacional seja cumprido. “Vamos reunir com a CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação) para avaliar o que pode ser incluído no PNE (Plano Nacional da Educação). O governador tem que participar desse debate”, afirmou o ministro.
Segundo Reginaldo Lopes, presidente do Partido dos Trabalhadores de Minas Gerais (PT-MG) e membro da Frente Parlamentar em Defesa do Piso Salarial Nacional do Magistério, “os governadores que questionam a lei do piso, junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), como o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, estão prestando um desserviço a seus Estados e ao Brasil”. E denunciou: “Aqui, em Minas, é uma vergonha o salário da Educação. O PSDB - que governa, há 16 anos, esse Estado (quatro do Azeredo, quatro do Itamar e oito do Aécio) – trata com desrespeito os profissionais da Educação”.
Para o prefeito de Alfenas, o são-joanense Pompílio Canavez, que esteve em São João del-Rei no dia 21 de abril, “a luta pela melhoria das condições de trabalho e salariais dos educadores de Minas Gerais merece o apoio de todos que acreditam na Educação como forma de garantir a democracia e o desenvolvimento do nosso País”.



O ministro Fernando Haddad, acompanhado do deputado Reginaldo Lopes, recebeu, no campus Dom Bosco, representantes do comando de greve


sexta-feira, 7 de maio de 2010

Carta enviada aos Deputados de Minas Gerais pelos Servidores estaduais da E.E.Prof.Maximiano Lambert

Exmo. Sr. Deputado

Somos profissionais da educação comprometidos com nosso trabalho e cientes da responsabilidade que abraçamos. Por isso vimos, mui respeitosamente através deste, pedir o apoio e a compreensão de V. Exª. neste momento tão delicado pelo qual estamos passando: a greve dos trabalhadores em Educação do nosso Estado.

Promover greves não faz parte da nossa formação ideológica, pois não trabalhamos com máquinas ou objetos e sim com seres humanos, inclusive com os mais desfavorecidos e necessitados de uma boa aprendizagem para o enfrentamento do mundo moderno e seletivo.

Entretanto, ano após ano, é notória a desvalorização da classe do magistério em termos econômicos, fato que nos obriga a reivindicar salários mais dignos através deste ato legal: adesão à greve.

A função social da escola reza “a formação de cidadãos conscientes de seus direitos e deveres”. É justamente por isso que sentimos a obrigação de tornar-nos exemplos vivos de coragem e de perseverança na busca de um ideal aos nossos educandos.

Esquecem-se os poderes executivo e legislativo que como representantes do povo devem cumprir sua função de defensores dos direitos e interesses dessa categoria historicamente desprezada e desvalorizada, considerando-se que sem esta nenhum cidadão poderia adquirir uma profissão.

Esperamos, da parte de V. Exª. apoio e empenho na resolução dessa causa (Piso Salarial Profissional Nacional) que visa melhores condições de vida aos trabalhadores em educação e, consequentemente, melhor qualidade de ensino aos jovens mineiros.

Desde já, agradecemos e aguardamos resposta a essa solicitação.



Professores e funcionários da Escola Estadual “Professor Maximiano Lambert” – Córrego do Bom Jesus-MG.




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